Jornal Do Brasilia - Taylor Swift adia show no Rio devido a 'temperaturas extremas'

"Escrevo a vocês do meu camarim no estádio. A decisão foi de adiar o show desta noite devido às temperaturas extremas no Rio", informou a artista em nota compartilhada em sua conta no Instagram.

O show deste sábado foi reagendado para a próxima segunda-feira (20).

Várias cidades do centro e do sudeste do Brasil enfrentam uma forte onda de calor com temperaturas sufocantes e pouco frequentes na primavera. Neste sábado, o Rio registrou temperatura máxima de 43,8º C e sensação térmica recorde de 59,7º C, segundo a Prefeitura.

"Tem dois fatores que levam que show de hoje seja adiado para segunda-feira. A artista parece que não está bem e de fato a temperatura está muito alta, com muitos atendimentos médicos", explicou o prefeito do Rio, Eduardo Paes, em um vídeo publicado nas redes sociais.

Mais cedo, a estrela pop havia lamentado a morte de Ana Clara Benevides Machado, uma fã de 23 anos, que estava entre as 60.000 pessoas que acompanhavam o show na sexta-feira (17). Ela passou mal logo após o início da apresentação.

"Não acredito que estou escrevendo essas palavras, mas é com o coração partido que digo que perdemos uma fã hoje à noite, antes do meu show", escreveu a cantora em sua conta no Instagram.

"Eu nem posso explicar para vocês o quanto eu estou devastada", acrescentou a artista, informando que não comentaria o assunto no palco.

A Secretaria de Saúde do município do Rio de Janeiro informou que a jovem faleceu às 20h50 de sexta-feira, depois de passar mal e sofrer uma parada cardiorrespiratória dentro do estádio Nilton Santos, que recebeu o show, parte da The Eras Tour.

"Foram feitas manobras de reanimação, mas, infelizmente, ela não resistiu. Neste momento, não se consegue precisar a causa da morte que será investigada pelo IML", afirmou a Secretaria em nota.

A cantora tem previstos mais dois shows no Rio e outros três em São Paulo.

- Críticas à organização -

Antes de o adiamento ser anunciado, milhares de fãs de Swift faziam fila neste sábado para entrar no estádio, protegendo-se do sol com guarda-chuvas, enquanto bombeiros lançavam água no público para atenuar o calor sufocante, constatou um jornalista da AFP no local.

"Ontem foi um absurdo a desorganização. O que aconteceu com a menina foi um crime por falta de organização. Não se nega água para ninguém", disse Yasmin Monteiro, de 24 anos, que aguardava para entrar no estádio com cinco litros d'água.

Caio Wesley, de 25 anos, que levava consigo quatro litros d'água, qualificou de "egoísta" a atitude dos organizadores do evento na sexta-feira, ao proibir a entrada do público com líquidos.

"Hoje estamos tentando nos preparar com bastante água para ver se aguento", disse o jovem, reclamando do calor.

A organização do evento virou alvo de críticas por restringir a entrada no estádio com garrafas de água, apesar das temperaturas elevadas na cidade.

"Ana Clara se sentiu mal e foi prontamente atendida pela equipe de brigadistas e paramédicos. Diante do quadro, a equipe médica optou pela transferência ao Hospital Salgado Filho, onde, após quase uma hora de atendimento emergencial, infelizmente veio a óbito", informou a Time For Fun, produtora do evento, em uma nota na qual enviou condolências à família.

O Ministério da Justiça publicou neste sábado uma resolução que obriga a organização de espetáculos a permitir a "entrada de garrafas de água de uso pessoal, em material adequado, aos estádios", além de exigir que as empresas produtoras de espetáculos com alta exposição ao calor disponibilizem água potável gratuita em "ilhas de hidratação" de fácil acesso.

"É inaceitável que as pessoas sofram, desmaiem e até morram por falta de acesso à água", afirmou o ministro Flávio Dino, embora a causa da morte da jovem ainda não tenha sido determinada.

A produtora do evento informou que "diante da previsão de aumento da onda de calor na cidade do Rio de Janeiro", tinha se preparado neste sábado para disponibilizar novos pontos de distribuição gratuita de água e reforçou a estrutura de atendimento médico.

M. Oliveira--JDB